10.9. Nomes numerais (números)
Os nomes numerais (números) indicam certo número de pessoas, coisas, animais, ações, qualidades e estados. Dividem-se em cardinais, ordinais, multiplicativos ou proporcionais, e coletivos. Especificamente nos textos da UE, as percentagens, pesos e medidas escrevem-se numericamente, exceto quando aparecem no início da frase. Nos quadros e enumerações, ou quando se comparam resultados estatísticos, escrevem-se com algarismos. Já as centenas e os milhares grafam-se quer por extenso quer numericamente.
Algumas regras de base
Geralmente, os nomes numerais (números) que se encontram num texto são considerados palavras e escrevem‑se por extenso. Indicam certo número de pessoas, coisas, animais, ações, qualidades e estados:
faltam três dias para que a conferência tenha lugar; a semana tem sete dias; os quatro da vida airada
Escrevem‑se por extenso os números que representam quantidades, percentagens, etc., quando aparecem no início de uma frase:
vinte e duas medidas foram votadas em assembleia
Nos quadros e enumerações, ou quando se comparam resultados estatísticos, os números escrevem‑se com algarismos.
As percentagens, pesos e medidas escrevem‑se numericamente:
7 % do volume de negócios; 3 litros
As centenas e milhares escrevem‑se quer por extenso quer numericamente:
100 000 ou cem mil
Se os números citados forem superiores ao milhão, podem escrever‑se as centenas numericamente e os milhares ou milhões por extenso:
250 milhões de toneladas; 34 mil milhões de euros
Os números fracionários escrevem‑se geralmente por extenso. Para as frações a partir de onze (inclusive), emprega‑se o sufixo avos:
um sexto; três quinze avos
Dos números multiplicativos apenas dobro, duplo, triplo e quádruplo são de uso corrente. A partir de cinco, usa‑se o cardinal correspondente seguido da palavra vezes:
sete vezes maior
Deve evitar‑se a colocação do ponto na separação dos milhares das centenas; é preferível deixar um espaço:
123 456 789
Os nomes numerais dividem‑se em:
- Cardinais: os que exprimem o número:
três, quinze, vinte e cinco
- Ordinais: os que exprimem série ou ordem:
primeiro, sexto, milésimo
- Multiplicativos ou proporcionais: os que indicam multiplicidade de pessoas, coisas ou animais:
- aumentativos:
duplo, triplo, etc.
- diminutivos ou fracionários:
meio, um terço, etc.
- aumentativos:
- Coletivos: os que designam no singular um grupo de seres:
a dezena, uma quinzena
Todos os multiplicativos são esdrúxulos, exceto duplo, dobro e triplo.
No entanto, se no texto houver muitos dados numéricos, os números escrevem‑se com algarismos, normalmente árabes, às vezes romanos, para facilitar a leitura e compreensão ou para realçar as diferenças.
Nos casos não previstos a seguir, no ponto 10.9.1, escrevem‑se os números por extenso até «nove», inclusive, por haver apenas um algarismo e, sobretudo, para se evitar possíveis confusões entre certos números e letras («0» e «O», «1» e «l»).
Ortografia e leitura
- Três com «s»; mas treze, trezentos com «z»;
- catorze com «c» (e não quatorze, como no Brasil);
- dezasseis, dezassete e dezanove com «a» e não com «e», a coordenar com os numerais;
- sexto, com «x», mas seiscentos e seiscentésimo com «s»;
- sétimo, sem «p», mas septuagésimo e septingentésimo em que se lê o «p»;
- escreve‑se «z» e não «s» de 10 a 19 e em duzentos e trezentos;
- escreve‑se «s» (lê‑se «z»), e não «ss» nem «ç», na terminação ‑ésimo dos ordinais de 20 em diante;
- escreve‑se «x», que se lê «s», em sexto e sêxtuplo;
- com exceção de quíntuplo, articula‑se sempre o «u» do grupo «qu» dos numerais;
- a leitura dos fracionários, quando feita com a designação «avos», far‑se‑á sempre com esta palavra no plural, a não ser que o denominador seja a unidade (um doze avos, três um avo);
- escreve‑se milhão no singular, quando nos referimos à unidade (1 milhão); nos restantes casos, escreve‑se milhões (0,987 milhões, 1,756 milhões, etc.).